Britânicos querem boicotar game que mostra guerra do Afeganistão
'Medal of honor' permite jogar com guerrilheiros do Talibã.
Governo quer impedir a venda do jogo que chega no dia 12 de outubro.
O novo game da série de tiro em primeira pessoa “Medal of honor”, o primeiro da franquia a retratar uma guerra atual, nem chegou a ser lançado nas lojas e já provoca polêmica. O secretário da defesa do Reino Unido, Liam Fox, pediu a varejistas que boicotem o game, que chega às lojas no dia 12 de outubro, porque o título dará a opção aos jogadores de controlar personagens do grupo radical islâmico Talibã.
“O Talibã fez com que crianças perdessem seus pais e esposas os seus maridos na guerra”, afirma Fox. “É difícil acreditar que cidadãos do nosso país e de outras nações tenha interesse em comprar um jogo que recriará crimes violentos cometidos pelo Talibã”.
A produtora de “Medal of honor”, a Electronic Arts, respondeu às afirmações de Fox. Em comunicado, a empresa disse que o jogo não será alterado por conta da crítica de políticos ou da imprensa. O presidente da divisão EA Games, Frank Gibeau, disse que “existe muito furor ao redor de jogos que tomam certos riscos criativos, principalmente naqueles que colocam o jogador na pele de terroristas que matam turistas em aeroportos”, em referência ao jogo “Call of duty: modern warfare 2”.
Gibeau ainda afirmou que “em todo o conflito há dois lados”. “Em uma brincadeira de criança existe a polícia e o ladrão”. Segundo ele, a Electronic Arts acredita que os jogos eletrônicos são uma forma de arte e não entende porque filmes e livros que se passam no Afeganistão não recebem as mesmas críticas dos games.
A polêmica em cima de “Medal of honor” se dá pelo fato de que, no modo para diversos jogadores on-line, será possível controlar membros do Talibã que deverão enfrentar soldados do mais alto escalão do exército dos Estados Unidos. Por apresentar este conflito e violência, o game recebeu classificação indicativa de “impróprio para menores de 18 anos” no Reino Unido e nos Estados Unidos.

Fonte: www.globo.com