Dança do Colo
Contamos o que acontece em uma aula de dança sensual – e quais lições levar para casa!
Não fossem pelos produtos sensuais, calcinhas e sutiãs expostos no fundo da sala do hotel, localizado da Avenida Paulista, em São Paulo, aquele poderia ser mais um curso de vendas ou motivação, com cadeiras em círculo e uma pequena lousa branca para anotações. Mas os assentos são na verdade parte integrante da coreografia que será ensinada pela professora e personal sex trainer Daniela Cardoso.
Na aula de Dança do Colo, também conhecida como “Lap Dance”, seis alunas aprendem como enlouquecer um homem com uma mistura de dança, strip-tease e movimentos sensuais. Cada uma ensaia para um parceiro - ainda imaginário - que deve estar sentado, despido e algemado.
Essa modalidade é mais conhecida pelas cenas de filmes americanos nas quais dançarinas de boates se insinuam para homens sentados, com uma visão privilegiada e sem poder tocá-las. Talvez por esse estigma as alunas fiquem constrangidas no início da aula, um cenário que muda bastante ao longo da execução dos exercícios – ao final, elas comparavam as performances e até treinavam usando a colega como cobaia. "Tive receio de encontrar profissionais do sexo ou mulheres vulgares, mas de cara percebi que o perfil era diferente. Tínhamos secretária, enfermeiras, publicitária”, conta Giovanna, de 33 anos, que trabalha com marketing.
Cada aluna carrega uma mala com roupa justa, lingerie sensual, salto e um robe. Ninguém sabe como os acessórios serão usados, mas o receio e a timidez são contornados por uma conversa inicial: para quebrar o gelo, todas se apresentam e falam de seus relacionamentos e expectativas. “Liguei antes para perguntar se tinham outras mulheres gordinhas fazendo a aula também ou se seriam umas modelos”, dizia uma delas.
As alunas parecem buscar mais que passos de dança e uma pimenta no relacionamento, talvez elas queiram mesmo um upgrade na autoestima: “Procurei o curso porque engordei 30 quilos na gravidez, já perdi 25 e continuo me vendo como uma mulher obesa. Isso mexeu demais com meu lado sensual, me deixou muito tímida. Quero recuperar minha confiança”, diz Giovana.
A diversão começa mesmo com as lições práticas: todas vestem a lingerie por cima da roupa – e respiram aliviadas por não precisarem ficar nuas na frente das outras. Em cima do salto as mulheres vão passar algumas horas decorando o passo a passo de uma coreografia com etapas ritmadas, como deslizar pela coxa do parceiro, abrir o sutiã de forma sensual, rebolar na frente dele e... “Esqueceram, agora é a hora do (sexo) oral, lembram?” corrige a professora.
Daniela diz que seu público é formado principalmente por mulheres entre 30 e 45 anos, mas não há limite de idade. “Já tive aluna de 67 que deu um show. As mais jovens querem encantar o parceiro, outras já foram casadas e querem redescobrir a sensualidade”, explica a personal sex. “Estava procurando minha identidade de mulher. E a busca foi um triunfo, uma realização pessoal de poder mexer com esse lado mais sensual, que não temos incentivo e liberdade de conversar sem ser recriminada”, avalia Andreza Neves, de 29 anos, que iria apresentar a dança para o namorado naquele dia mesmo.
Tão ou mais importante que a coreografia é a preparação para a Dança do Colo e a postura, confiança. , ressalta a professora. Antes de ensinar os passos ela dá lições para arrumar o ambiente da casa, se sentir poderosa e até como contar para o namorado ou marido que ele receberá um tratamento especial naquela noite. Segundo ela, se a mulher nunca apostou em uma surpresa sexy, é bem capaz que o marido vá dar risada em vez de achar o ato estimulante – mas depois o clima tende a esquentar. O segredo está mesmo em como introduzir os movimentos sensuais dentro do relacionamento.
Os espíritos – e corpos – ao final da aula ficam animados. Enquanto algumas anotam os tópicos da coreografia da lousa para não esquecer a sequência, a outra metade das alunas se diverte comprando acessórios sensuais. “Minha imaginação está a mil, com idéias não somente para agradar meu namorado mas também para entender meu corpo, respeitar seus limites, vontades e desejos”, conta Andreza.
Fonte: www.ig.com.br