Exercício na gravidez requer moderação

24-08-2010 09:51

Exagerar nas atividades físicas pode prejudicar a formação do feto e até levar ao aborto

 

 

Durante muitos anos a medicina torceu o nariz para a prática de atividades físicas durante a gravidez. Mas hoje em dia, os exercícios para gestantes são bem vistos, desde que se mantenham alguns cuidados.

“São indicadas atividades com intensidade de leve a moderada, de três a quatro vezes por semana”, ressalta ginecologista e obstetra Mariane Corbetta da Silveira. Não são indicadas atividades estafantes

Dentro da intensidade adequada, a gestante pode realizar aulas de ioga, caminhadas e natação. Esportes competitivos e de impacto são contraindicados. Atividades de alta intensidade também devem ser evitadas.

“No início da gestação, por exemplo, o aumento da temperatura do corpo pode gerar má formação do feto”, alerta Geraldo Duarte, presidente da comissão de assuntos pré-natal da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

O ideal é sempre realizar exercícios com acompanhamento médico especializado. “É preciso respeitar a reserva física, algo que varia de pessoa a pessoa”, ressalta o médico. Essa reserva é calculada por variantes como frequência cardíaca, peso e carga do exercício.

Dose certa

“O exercício na dose certa previne lombalgia e reduz as reclamações de dor nos membros inferiores, algo muito comum nas gestantes”, aponta Mariane. Outra vantagem é a prevenção do diabetes gestacional, problema que atinge pelo menos 7% das mulheres durante esse período.

“Essa prevenção acontece porque os exercícios ajudam a queimar calorias e a controlar o peso”, afirma Duarte. O ganho máximo de peso na gravidez é de cerca de 12,5 kg.

Já nos quadros de hipertensão é preciso mais cuidado. “Existem três tipos de hipertensão em grávidas: a crônica, a crônica que se torna pré-eclampsia e a própria pré-eclampsia (doença que mata três mulheres por dia no país)”, enumera Duarte.

Os exercícios são indicados apenas para o primeiro tipo de hipertensão, quando não há risco de pré-eclampsia. Caso a doença se manifeste, a mulher deve fazer o máximo de repouso possível, pois sua gestação será de alto risco.

Parto normal

A médica explica que existem exercícios de flexibilidade específicos para o assoalho pélvico. Eles ajudam a aumentar a tolerância da musculatura feminina para o parto normal. São exercícios especialmente benéficos para mulheres que já tiveram filhos por cesárea, mas gostariam que a segunda gestação fosse por parto normal. Essa é uma mudança recente de paradigma na medicina.

Até pouco tempo, recomendavam-se apenas cesáreas quando a mulher já havia se submetido ao procedimento anteriormente. Mas o Colégio Americano de Ginecologistas e Obstetras anunciou uma nova diretriz. Ela é baseada em estudos que mostram que até 80% dos partos normais após cesáreas são bem-sucedidos.

Exercícios respiratórios

Além das atividades físicas, é importante a prática de exercícios de respiração. Isso porque a apneia é uma reclamação comum, especialmente nos estágios mais avançados da gravidez.

Como o útero da mulher fica elevado, pode dificultar o processo respiratório e favorecer quadros de ansiedade e dificuldade para dormir. Para resolver ou amenizar o problema, os médicos recomendam sessões de exercícios para respiração.

Eles devem ser realizados com respirações profundas na parte alta do tórax. Já a parte baixa do tórax, região próxima ao diafragma, deve ser exercitada no início da gestação. Isso ajuda a mulher a lidar com ansiedade.


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